sábado, 11 de abril de 2015

RITA CÁSSIA CONTI


“O exemplo veio de casa”




Rita Cássia Conti
Para Rita Cássia Conti – que veio do Rio Grande do Sul para participar do desenvolvimento de Brusque na década de 1990 – o sucesso de um empreendimento é a junção de dois elementos fundamentais: o estudo e a prática.
– Um empreendedor tem que ter mente aberta para trabalhar com as adversidades e fazer com que a empresa evolua. O suporte intelectual ajuda muito!
Ela trata deste tema com propriedade porque foi assim a sua trajetória profissional. Nascida de uma família humilde estabelecida em Canoas, então uma cidade-dormitório da região metropolitana de Porto Alegre –, filha de pai operário, motorista de caminhão que fazia a distribuição de produtos secos e molhados, e de mãe professora alfabetizadora, apaixonada pela profissão.
Quando ela nasceu, o casal passava por muitas dificuldades financeiras.
Rita deixou a casa dos pais aos 15 anos e foi para Porto Alegre trabalhar e estudar. De casa, ela levou a maior das lições:
– Meu pai nos ensinou a generosidade!
Estudava marketing na PUC – Pontifícia Universidade Católica – e trabalhava para pagar seus estudos. O dinheiro nem sempre era suficiente para custear a faculdade, e para chegar era preciso pegar quatro ônibus. A solução encontrada foi procurar ter uma renda extra, fazendo pão de queijo e brigadeiro para vender.


DE PUBLICITÁRIA A VENDEDORA

Rita Cássia foi contratada para implantar o departamento de publicidade e propaganda na empresa Calçados Bibi. Mas, a crise econômica do final da década de 1980 e o consequente confisco por parte do governo federal, obrigou a empresa a tomar decisões drásticas. Foram demitidos 1,5 mil funcionários, e o departamento de publicidade e propaganda foi fechado.
Ao mesmo tempo, Rita Cássia foi convidada a integrar o departamento de vendas, o que trouxe a ela a independência financeira tão sonhada. Trouxe para o setor de vendas as ideias que tinha no departamento de publicidade e propaganda para ajudar a gerar mais negócios.
Funcionou!
Passou a gerenciar 72 representantes, o que a levou a viajar por todo o país. Mas, ela queria fazer ainda mais, teve a oportunidade de representar a empresa em todo o Rio Grande do Sul. No segundo mês, comprou seu primeiro carro zero quilômetro!
Porém, sabia que poderia fazer ainda mais coisas!
Comprou uma loja em Porto Alegre, que vendia pijamas e lingerie. O empreendimento não deu certo porque ela estava trabalhando em uma área desconhecida: a venda no varejo.


UM DIA, BRUSQUE!

Sem capital de giro, precisou tomar decisões estratégicas.
Foi quando ouviu falar das empresas que trabalhavam com pronta entrega de confecções em Brusque – cujas alternativas certamente ficariam bem nas prateleiras de sua loja.
– Vim e achei que a cidade tinha um potencial muito bacana, tinha produtos de qualidade...
Ela sempre disse que jamais teria uma fábrica!
No entanto, depois da visita a Brusque, começou a rever alguns conceitos... Concluiu que, caso fosse focar sua atividade no setor têxtil, teria que se transferir para Brusque.
Aos poucos, a ideia foi amadurecendo.
Era preciso vender a loja, antes de se transferir.
Assim, permaneceu algum tempo fazendo a ligação entre Porto Alegre e Brusque. Rodava 1,2 mil quilômetros semanalmente, na companhia de sua cachorrinha Bani, com quem ia conversando durante o trajeto. Este era seu compromisso profissional, uma vez por semana.
– Meu espírito aventureiro veio comigo para meu empreendimento.


A TRANSFERÊNCIA PARA BRUSQUE

Ao se transferir para Brusque, implantou na cidade a marca Intimamente, especializada na produção de pijamas. Do Rio Grande do Sul, importou a mão de obra de dois irmãos, Patrícia e Jeferson. Sua participação nesta empresa terminou quando também terminou seu casamento.
Depois da separação, começou tudo de novo:
– Pensei empreender em outras áreas. Mas durante dois meses recebi vários telefonemas de clientes pedindo que eu criasse novas linhas de pijamas... Foi quando decidi montar a Mensageiro dos Sonhos.
Porém, antes de empreender, ela decidiu planejar cada passo, definir cada meta... Três meses depois das definições tomadas, a empresa Renner fez uma encomenda de 600 peças, que foram vendidas em três dias! Depois, vieram outros pedidos da mesma empresa, cada vez maiores: 6 mil, 12 mil, 22 mil peças... até as mais de 200 mil peças/mês produzidas atualmente em sua fábrica.

E a história continua, em ritmo acelerado – até hoje!

Texto: Revista Lions Berço da Fiação

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