“Empresa tem que ser produtiva!”
| Djone Bertoldi |
Quem dá estas dicas não é um empresário com mais de 30 ou 40 anos de experiência em um
determinado mercado. Quem fala é um jovem
empreendedor que aos 17 anos de idade começou a trabalhar
no setor de informática e em seguida abriu seu próprio negócio, em
Desenvolvimento de Sistemas Web.
A empresa Web4Business
ele a administra do escritório que montou em casa. Da bancada – presenteada por seu pai quando ainda era adolescente – coordena o
trabalho de oito colaboradores que, por sua vez, atendem clientes de diferentes
regiões do Brasil.
Seu nome é Djone Bertoldi e a sua história serve de inspiração para jovens
empreendedores. Jovens que, assim como ele, pretendem se estabelecer a partir
de seus esforços e de sua visão empresarial.
Sua empresa foi
criada em 2004. De 2008 a 2011, teve 17 funcionários. Foi um período de
crescimento acelerado, de problemas que vieram para sinalizar ser possível trabalhar de
outra forma, sem elevar custos... Enfim, foi o período do grande
aprendizado do jovem empreendedor.
Errou bastante
para acertar muito durante os primeiros tempos. O que é normal
na história de todo marinheiro de primeira viagem. O que é salutar em se tratando de alguém determinado a
fazer o melhor conciliando experiência profissional e formação acadêmica.
Seu trabalho
inclui várias atividades, desde criação de um site com perfil profissional até portal
de notícias, sistemas
internos para empresas e lojas virtuais. A maior parte dos clientes não está em Brusque, mercado no qual ele pretende voltar a atuar.
– Muitas empresas são mal administradas, sem divulgação, sem cartão, sem site, sem comunicação com o cliente,
bem à moda antiga e sem conhecimento para cativar seu cliente
ou demonstrar que é realmente uma
excelente empresa em todos os aspectos– destaca
Djone Bertoldi. – Várias empresas
extrapolam seus horários com seus funcionários, praticamente todos os dias. Com isso, o funcionário não consegue
permanecer no emprego, ninguém consegue trabalhar excessivamente por longo período.
EXPERIÊNCIAS REVELAM SOLUÇÕES
A empresa que
ele criou e administra até hoje trabalha
com fluxo. Cada atividade é dividida em
metas. Tais metas são cumpridas diariamente. São hoje oito
funcionários que solucionam metade do volume de problemas que eram encontrados
anteriormente, o que garante integração e boa produtividade, segundo avalia.
Para ele, uma cultura extremamente capitalista
não é boa para o empresário,
até por questões familiares e de lazer.
Ninguém merece passar
o tempo todo apenas pensando no dinheiro... É preciso ter intervalos, aproveitar sábados e domingos
para se desligar da rotina cansativa de produção. Ter um hobby
também é interessante – no caso de
Djone, o hobby é jogar videogame e tomar uma
cervejinha frequentemente com os amigos.
Sua empresa não trabalha com
telefone. Tem telefone, sim – para alguns casos.
Todos os outros casos são conhecidos, discutidos e solucionados via internet. Os
clientes que entram em contato recebem as soluções reivindicadas
em média de 30 minutos a
até 10
horas úteis.
UMA
EMPRESA SOBRE A BICICLETA
Até começar sua carreira como empreendedor, Djone Bertoldi lavava
pratos na cozinha da Sociedade Concórdia, em Brusque, em uma conversa informal conseguiu
emprego em uma Loja de Informática da região como Web Designer. Aos 17 anos, andando
de bicicleta com sua mochila às costas, buscava oportunidades na área que queria
atuar: Desenvolvimento de Sites. A contragosto do pai, que esperava que ele
tivesse interesse para continuar os negócios da família.
– Só te vejo trabalhando, não vejo entrar
dinheiro nesse teu negócio – dizia o pai. A
família dele atuava na fabricação de roupas para
Linha Senhora.
Até que surgiram os primeiros clientes eventuais para Djone.
Ele aprendeu a trabalhar e a desenvolver projetos que as pessoas traziam para
uma empresa de Consultoria em ERP na qual foi atuar, e onde permaneceu por oito
meses. Seu pai pagava para ele as mensalidades da faculdade de Ciências da Computação, enquanto ele
fazia trabalhos extras para poder pagar o notebook que comprou.
Quando o assunto
é informática o tempo
passa muito mais rápido! Sendo assim, não demorou quase
nada para que seu computador pessoal ficasse obsoleto. Para continuar
produzindo e ampliando seu volume de negócios, era preciso investir em equipamento. Aos 18 anos,
ao invés de comprar um
carro, optou por comprar um Notebook potente– através da empresa na qual trabalhava, via financiamento que
comprometia 95% do seu salário.
A máquina com um
giga de memória veio de Joinville e entrou em funcionamento imediatamente.
Na Furb, em
Blumenau, ele sempre chegava 15 minutos depois do início e saía 15 minutos
antes do final das aulas – para não perder o ônibus.
– Às vezes, a faculdade não te ensina
muita coisa – analisa
Djone. – Mas as pessoas que estão nela nos
ensinam, nos incentivam!
Então, estava pronto
para redirecionar sua vida profissional. Enquanto trabalhava como consultor júnior em uma
empresa de consultoria da cidade, foi pagando as 24 parcelas do financiamento
do computador e ampliando as possibilidades de crescimento profissional. Até que decidiu deixar a empresa e seguir seu próprio caminho.
Antes de sair, treinou seu substituto.
E o dia mais
esperado chegou! Numa semana, o jovem empreendedor fechou cinco projetos, e
chegou em casa com um sorriso maior do que o rosto. Ele mostrou ao pai os cinco
cheques que recebeu. Djone estava com 19 anos e seu salário próximo dos R$
8 mil.
Sua
visão comercial veio
do convívio com seu pai e com sua família empreendedora. O pai colocava a produção da empresa
familiar no carro e saía vendendo. Djone fazia a mesma coisa com sua bicicleta e
sua mochila. Isso o fez crescer e empreender na criação da primeira
empresa de sites de Brusque a ter registro.
Em março de 2008
começou oficialmente
a história da
Web4business ou Internet para Negócios. Enfrentou
momentos difíceis, como acontece com todas as empresas em seus primeiros tempos de
atividade. Conseguiu identificar problemas internos e externos, agindo e
reagindo com rapidez.
A
MAIORIA DOS CLIENTES É DE FORA
Sua empresa,
embora estabelecida em Brusque, não depende da clientela local para viver. De sua bancada
de trabalho em casa, Djone atende clientes de todo o Brasil, hoje com uma
carteira superior a 400 empresas, algumas que ele já trabalhou muito conhecidas, como Mormaii, Panasonic e Zara.
Segundo sua
experiência, Santa
Catarina é um estado caro, o custo de vida aqui é muito mais alto do que em outras regiões brasileiras,
e o custo de vida em Brusque – tendo por
referência a cesta básica – é um dos mais
elevados do país.
A estratégia que mais
funciona é ter uma visão ampla do negócio. E como
empreendedor na área de informática para produção de sistemas,
ele precisa testar e ampliar o número de fornecedores, montar planilhas que identifiquem
os melhores indicadores e tirar deles os melhores proveitos. Entender o que as empresas
atendidas querem.
– Para quem quer empreender começando um negócio, é ruim disputar
com os gigantes – analisa. – As pessoas que
estão muito bem
organizadas no seu negócio acabam não deixando o empreendedor novo se desenvolver em função de uma concorrência muito
experiente. Por isso, manter o "Break Even Point” (ponto de equilíbrio financeiro) é fundamental.
O negócio é orientado pelo público. Tem que trabalhar de forma sólida. Entregar o
serviço ou o produto
nos dias combinados.
– Hoje, o empresário tem que investir 70% do seu faturamento bruto na
empresa. Qualquer empresa que não
faça isso, tende a
fechar. Tem que estar com mercado seis meses aguardando sua prévia estratégia acontecer e
acompanhar os resultados. Muitas empresas erram no marketing. E um pequeno
empreendimento sem marketing não cresce.
AOS
NOVOS EMPREENDEDORES
-
Não gaste mais do
que se ganha!
- Guarde capital
para a hora da expansão e saiba manter lucratividade constante.
-
Não coloque todos
os ovos na mesma cesta! Ou seja, invista em diferentes produtos ou serviços.
-
Faça abertura
comercial boa, pois só assim poderá ter bons resultados.
-
Só seja ambicioso caso conseguir abertura
comercial/financeira para assegurar erros em investimentos. A margem de lucro
atual está cada vez mais baixa, financiar evolução pode não valer apena.
-
Seja feliz trabalhando com o que gosta e tenha orgulho do
que faz para quando olhar para trás não se arrepender do tempo que foi gasto.
- Bons negócios e sucesso!
Texto: Revista Lions Berço
da Fiação
Nenhum comentário:
Postar um comentário